Nesta sexta-feira, 10, o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF) viveu um momento de grande emoção: a alta hospitalar de Edivania Aparecida Lopes de Arruda Lacerda, 56 anos, que recebeu um transplante cardíaco em maio deste ano e encerrou, hoje, um longo e desafiador período de internação.
Diagnosticada com miocardiopatia dilatada após quimioterapia — tratamento realizado em 2007 para um sarcoma no membro superior direito — Edivania entrou na lista de transplante em janeiro deste ano, sendo priorizada em abril. Em maio, foi submetida ao procedimento, dando início a uma nova etapa marcada por inúmeras intercorrências clínicas, superadas com coragem, fé e apoio incondicional da equipe multiprofissional.
“Tive câncer em 2007 e foi avassalador. Os médicos não davam esperança. Sobrevivi. Foi uma luta árdua, difícil, mas vencemos. Agora é mais uma batalha. Com Deus e os profissionais a gente vai conseguindo”, contou emocionada.
Durante sua fala, Edivania também refletiu sobre o aprendizado deixado pelos momentos difíceis.
“A gente reclama da vida porque não sabe o que está por vir. É na dor que você aprende a dar valor às pequenas coisas. O que achava difícil, hoje acho fácil. O que achava grande, não é. E como os médicos mesmo me disseram, ressurgi das cinzas. Fui melhorando, reagindo. É algo inexplicável. Deus determina e deixa o homem agir”, relatou.
Para a equipe do ICTDF, o momento foi de celebração. Segundo Josiane Reis, enfermeira responsável pelo Programa de Transplante Cardíaco da instituição, a recuperação de Edivania é resultado de um esforço conjunto e de uma rede de apoio muito sólida.
“Foi uma jornada intensa, com muitos desafios, mas também com muita dedicação. A presença constante do esposo foi fundamental nesse processo, sempre ao lado dela, participando e apoiando em cada etapa. Ver a Edivania indo para casa, depois de tudo o que viveu, traz uma sensação enorme de gratidão e dever cumprido para toda a equipe”, destacou.
O interventor do ICTDF, Marcus Costa, destacou a importância simbólica e clínica desse momento para toda a instituição.
“A alta de Edivania após toda essa batalha representa não apenas o sucesso de um procedimento complexo, mas também a força de uma paciente que enfrentou duas grandes batalhas de saúde com determinação e fé. Sua história inspira outras pessoas que aguardam por um transplante e reforça a importância do trabalho integrado realizado no ICTDF”, afirmou o gestor.
Natural de Palmeiras, cidade do estado de Goiás, Edivania agora inicia uma nova fase do tratamento. Como todos os pacientes transplantados, ela seguirá sendo acompanhada regularmente no ambulatório do ICTDF, etapa fundamental para garantir a boa evolução clínica e a adaptação ao novo coração.