Transparência
Profissional do ICTDF recebe premiação por estudo inédito em Congresso de Transplantes em Curitiba

Profissional do ICTDF recebe premiação por estudo inédito em Congresso de Transplantes em Curitiba

A pesquisa tratou sobre a diferença nos corações de acordo com a causa da doença dos pacientes que precisam de transplante


O Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF) foi representado por uma equipe de peso no Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca (DEIC 2022) que aconteceu na última semana.


Os médicos Fernando Atik, Vitor Barzilai, Marcelo Botelho e Cássio Borges e a enfermeira, Carolina Couto, representaram a instituição e trouxeram, além de muito conhecimento e troca de experiências, o maior prêmio da programação com a apresentação do Melhor Tema Livre Oral na Área Básica do Congresso intitulado ‘Uma visão inovadora para as cardiomiopatias chagásica crônica e dilatada idiopática na insuficiência cardíaca avançada: uma abordagem metabólica para o entendimento de suas vias moleculares’.


Assinado por Fernando Atik, profissionais da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade San Pablo CEU de Madrid, na Espanha, o estudo traz uma análise inédita sobre a diferença nos corações de acordo com a causa da doença dos pacientes que precisam de transplante.


“Esse trabalho foi realizado por meio de uma parceria que nos possibilitou fazer as coletas das amostras dos pacientes no período de transplante, que, posteriormente foram encaminhadas para a UnB para que fossem processadas e tiveram sua análise final feita na Espanha, já que a tecnologia necessária para conseguirmos o resultado só estava disponível lá”, explicou o médico.


Fernando destacou que o foco foi na Doença de Chagas que apresentou diferenças físicas em relação as demais patologias.


“Esse estudo preliminar está nos ajudando a compreender como a doença se desenvolve no coração e é uma linha que ainda não havia recebido atenção sendo que não há nada na literatura a respeito do tema que chamou a atenção de uma universidade de Madrid justamente por essa doença ser própria do nosso País”, destacou.


O médico salientou que o reconhecimento do trabalho que está sendo desenvolvido há cerca de quatro anos, coloca o ICTDF na vanguarda do conhecimento.


“Com essa premiação, temos a possibilidade de expandir nossos horizontes pois concorremos com instituições de renome no cenário nacional e, mesmo tendo muito menos recursos, conseguimos conquistar essa premiação que demonstra também o trabalho que o Instituto tem feito no sentido de firmar parcerias científicas com outras instituições, inclusive internacionais”, pontuou Fernando Atik.


Esse ano o Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca promovido pela Sociedade Brasileira de Cardiologia teve 1.300 inscritos e aconteceu em Curitiba de 30/06 a 02/07.


 


DOENÇA DE CHAGAS – O Centro-Oeste é uma região endêmica da doença no Brasil que é transmitida através da picada do inseto Barbeiro contaminado pelo protozoário denominado Trypanosoma cruzi. No homem e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e digestivas. Os Barbeiros abrigam-se em locais muito próximos à fonte de alimento e podem ser encontrados na mata, escondidos em ninhos de pássaros, toca de animais, casca de tronco de árvore, montes de lenha e embaixo de pedras. Nas casas escondem-se nas frestas, buracos das paredes, nas camas, colchões e baús, além de serem encontrados em galinheiro, chiqueiro, paiol, curral e depósitos.


Transmissão: a transmissão se dá pelas fezes que o “barbeiro” deposita sobre a pele da pessoa, enquanto suga o sangue. Geralmente, a picada provoca coceira e o ato de coçar facilita a penetração do tripanossomo pelo local da picada. O T.cruzi contido nas fezes do “barbeiro” pode penetrar no organismo humano, também pela mucosa dos olhos, nariz e boca ou através de feridas ou cortes recentes existentes na pele. Podemos ter ainda, outros mecanismos de transmissão através de: transfusão de sangue, caso o doador seja portador da doença; transmissão congênita da mãe chagásica, para o filho via placenta; manipulação de caça (ingestão de carne contaminada) e acidentalmente em laboratórios.


Sintomas


Fase aguda: febre, mal-estar, falta de apetite, edemas (inchaço) localizados na pálpebra ou em outras partes do corpo, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte. Frequentemente, nesta fase, não há qualquer manifestação da doença, podendo passar desapercebida.


Fase crônica: nessa fase muitos pacientes podem passar um longo período, ou mesmo toda a sua vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores do T.cruzi. Em outros casos, a doença prossegue ativamente, passada a fase inicial, podendo comprometer muitos setores do organismo, salientando-se o coração e o aparelho digestivo.


Tratamento: as drogas hoje disponíveis são eficazes apenas na fase inicial da enfermidade, daí a importância da sua descoberta precoce.

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