Transparência
ICDF realiza primeiro transplante de medula óssea em criança no Distrito Federal

ICDF realiza primeiro transplante de medula óssea em criança no Distrito Federal

Brasília-DF, 17/11/2016 - O Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) realizou, pela primeira vez no DF, transplante de medula óssea pediátrico. Mateus Lucas de Oliveira, 12 anos, natural de Santa Helena-GO, portador de anemia aplásica grave em tratamento clínico desde dezembro de 2014. Como não obteve resposta aos tratamentos, foi indicado para o transplante de medula óssea já com quadro clínico bastante complexo.
 
Em agosto deste ano, o paciente passou a ser acompanhado na Unidade de Transplante de Medula Óssea (TMO) Pietro Albuquerque do ICDF, e após todo procedimento preparatório, realizou o transplante graças à doação de uma pessoa de outro Estado. A definição do doador foi feita por meio do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), um sistema criado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) para armazenar as informações de possíveis doadores.
 
Nesta quinta-feira (17), ocorreu a “Pega da medula”, que é o momento em que a medula infundida já consegue produzir as células do sangue em quantidades suficientes. O procedimento ocorreu no dia 27 de outubro, dia em que Mateus recebeu as células sadias do doador.
 
Para comemorar essa nova data de aniversário do pequeno Mateus, a equipe do ICDF preparou uma surpresa: ele recebeu o certificado Honra ao Mérito das mãos do médico responsável pela pediatria na Unidade de TMO, Carlos Eduardo Sá Araújo; e do padrinho da unidade de TMO do ICDF, Beto Albuquerque. Momento celebrado com toda equipe da unidade que decorou o leito do paciente e serviu sua comida preferida: sorvete.
 
Para o doutor Carlos Eduardo Sá Araújo, foi um transplante complexo e desafiador, tendo em vista a gravidade do paciente. “Estamos muito felizes com essa conquista e dispostos a trabalhar cada vez mais para que outras crianças possam comemorar duas datas de aniversário assim como o Mateus”, afirma o médico. O procedimento contou com diversos profissionais da saúde.
 
Só este ano, já foram realizados 68 transplantes de medula óssea no ICDF, sendo 45 Autólogos, 16 Alogênicos Aparentados e 7 Não Aparentados. A instituição inicia agora uma nova etapa na Unidade de TMO e renova a esperança de vida para crianças que precisam desse tipo de tratamento.
 
Saiba mais:
 
Processo do TMO- Transplante de Medula Óssea
 
1.  O paciente é submetido a um tratamento (quimioterapia e/ou radioterapia), chamado condicionamento, que ataca as células doentes, porém destrói a própria medula;
 
2.  O paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue (bolsa contendo as células-troncos);
 
3.  A nova medula é rica em células chamadas progenitoras que, uma vez na corrente sanguínea, circulam e irão migrar até medula óssea, onde se alojarão e irão se desenvolver. Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Por isso, deve ser mantido internado no hospital, em regime de isolamento total.
 
4.  Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial.
 
Tipos de TMO
 
 ·         Autólogo - As células infundidas são coletadas do próprio paciente;
 
·         Alogênico  Aparentado - As células infundidas são coletadas de um familiar compatível (sistema HLA);
 
·         Alôgênico NÃO-Aparentado – As células infundidas são coletadas de um doador anônimo compatível cadastrado no REDOME;
 
Principais riscos
 
A boa evolução durante o transplante depende de vários fatores: o estágio da doença (diagnóstico precoce), o estado geral do paciente, boas condições nutricionais e clínicas, além, é claro, do doador ideal. Os principais riscos se relacionam às infecções e às drogas quimioterápicas utilizadas durante o tratamento. Com a recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova 'memória' e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer alguns órgãos do indivíduo como estranhos. Esta complicação, chamada de doença enxerto contra hospedeiro, é relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada com medicamentos adequados. No transplante de medula, a rejeição é relativamente rara, mas pode acontecer. Por isso, existe a preocupação com a seleção do doador adequado e o preparo do paciente. Quanto mais compatível for o doador, menor a chance de doença do enxerto contra hospedeiro e também menor a chance de rejeição da medula transplantada.
 
O que é o Redome
 
Para reunir as informações (nome, endereço, resultados de exames, características genéticas) de pessoas que se voluntariam a doar medula para pacientes que precisam do transplante foi criado o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), instalado no INCA. Um sistema informatizado cruza as informações genéticas dos doadores voluntários cadastrados no REDOME com as dos pacientes que precisam do transplante. Quando é verificada compatibilidade, a pessoa é convocada para efetivar a doação.
 
Fonte: INCA 
 
 
Anna Virgínia Souza
DRT 8989-DF
Assessoria de Comunicação
Instituto de Cardiologia do Distrito Federal - ICDF
61. 3403-5496/5596
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