Transparência
Leucemia: conhecendo os riscos e celebrando a vida

Leucemia: conhecendo os riscos e celebrando a vida

O mês de fevereiro é conhecido como o "Fevereiro Laranja", um período de conscientização sobre a prevenção, diagnóstico e combate à leucemia, um tipo de câncer do sangue. Segundo projeção do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país deve contar, no período de 2023 a 2025, o total de 11.540 casos anualmente.

Conforme explica a médica hematologista do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF), Martha Mariana Arruda, a leucemia é uma doença multifatorial e complexa, que não tem uma causa bem definida.

"No entanto, conhecemos alguns fatores de risco, tanto genéticos quanto ambientais. A exposição à radiação, especialmente em crianças e adultos que tiveram contato com ela na infância ou em tratamento com radioterapia, é um dos fatores de risco mais conhecidos", destaca.

Além disso, segundo a especialista, a exposição a algumas substâncias químicas, como solventes e pesticidas, também aumenta o risco, principalmente de um tipo específico de leucemia em crianças.

"Algumas alterações genéticas na medula óssea, que ocorrem em pessoas mais velhas, também aumentam a chance de desenvolver leucemias. Por isso, é fundamental realizar exames regulares e buscar atendimento médico imediato se apresentar sintomas como fadiga, perda de peso, dor nos ossos e articulações, sangramento fácil e infecções frequentes", orienta a médica.


Diagnóstico precoce e tratamento adequado: chaves para a cura

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para aumentar as chances de cura da leucemia. Uma das opções de tratamento para alguns tipos de leucemia é o transplante de medula óssea.

O paciente Osmar Marcelino de Oliveira Junior é um exemplo de sucesso dessa abordagem. Diagnosticado com leucemia mieloide aguda em fevereiro de 2024, Osmar precisava de um transplante de medula óssea. Seu pai foi o doador e o processo foi realizado no ICTDF.

"A equipe do ICTDF foi incrível, desde a preparação até o pós-operatório. Hoje, estou curado e muito grato pela oportunidade de ter uma segunda chance", relata Osmar. 

A jornada de Osmar não foi fácil, mas ele aprendeu muitas lições valiosas ao longo do caminho e agora está ansioso para comemorar seus 180 dias de pós-transplante e retomar suas rotinas diárias.


Conscientização

A conscientização sobre a leucemia é fundamental para a prevenção e o tratamento da doença. É importante lembrar que a leucemia pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade ou do sexo.

No Brasil, entre as neoplasias, a leucemia foi o tipo de câncer mais incidente com 33% para os casos com idade entre zero e 14 anos e 26% para zero a 19 anos de idade. 

Existem 12 tipos de leucemias, sendo os mais comuns a leucemia linfoide aguda, recorrente em crianças, e a leucemia mielóide aguda, que atinge normalmente adultos. Ambas têm maiores chances de cura se diagnosticadas de maneira precoce.


Quem pode doar medula óssea

- Ter entre 18 e 35 anos de idade.

- Estar em bom estado geral de saúde.

- Não ter doença infecciosa ou incapacitante.

- Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.


Como se cadastrar

 No Distrito Federal, o interessado deve comparecer ao Hemocentro de Brasília, no dia e horário em que estiver agendado* , com seu documento de identidade oficial com foto.

Será retirada uma amostra de sangue para fazer o exame de histocompatibilidade (HLA), que identifica as características genéticas do doador. Essas informações e os dados cadastrais do doador são enviados para o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Os dados do doador serão constantemente cruzados com os dados de pacientes que necessitam de transplante para verificar a compatibilidade. O doador permanece no registro nacional até completar 60 anos de idade. Por isso, é importante manter os dados pessoais atualizados, principalmente os telefones de contato, no site redome.inca.gov.br.

*O atendimento para cadastro como doador voluntário de medula óssea é realizado mediante agendamento prévio. Agende seu atendimento individual pelo site agenda.df.gov.br. Esse serviço não é agendado por telefone.

  • Fontes: Ministério da Saúde, Inca e Secretaria de Estado de Saúde/DF
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