Transparência
Pacientes do ICTDF entrarão 2022 com novos corações

Pacientes do ICTDF entrarão 2022 com novos corações

Apenas nas duas últimas semanas do ano, foram realizados sete transplantes no Instituto. No ano, o total chega a 173 procedimentos

As últimas semanas do ano foram de renascimento para vários pacientes no Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF).

Desde o dia 20 de dezembro, sete transplantes foram realizados no Instituto. Três de coração, dois de fígado e mais dois de medula óssea autólogo. Totalizando 173 procedimentos em 2021 e, 1.934 desde o início dos serviços em 2007.

Entre os pacientes contemplados, temos o pequeno Isaac Lucca Rocha Abrantes, de dois anos, que recebeu um novo coração no dia de Natal. Diagnosticado com miocardiopatia restritiva em junho desse ano, ele vinha sendo acompanhado no ICTDF e no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) durante todo o período.

Conforme explica a cardiologista pediátrica que vem acompanhando o paciente durante esse tempo, Cristina Afiune, o tratamento de Isaac foi um conjunto de esforços entre Secretaria de Saúde (SES) através do HMIB e ICTDF.

“Quando Isaac chegou para uma consulta no ambulatório do Instituto, de cara percebemos que a situação dele era muito grave. Por isso, foi preciso que agíssemos rápido a fim de que ele tivesse um acompanhamento adequado. Então, ele foi imediatamente internado na UTI Pediátrica do Instituto e teve períodos de internação no Hospital Infantil pois não tinha condições de ir para casa durante esses seis meses”, relata a médica.

De acordo com a mãe do pequeno, Assuçena Carolina Costa Rocha, de 26 anos, morada do Pôr-do-Sol na Ceilândia, o “milagre”, como ela se refere quando fala do transplante, já vinha se desenhando ao longo dos meses de internação.

“Desde que o tratamento começou, soube que o caso dele era grave pois os médicos me deixaram sempre a par de tudo. Inicialmente, apesar de ele precisar do transplante, a pressão do pulmão não permitia o procedimento mesmo se tivesse a oferta do órgão. Então, ele precisou ser tratado para isso primeiro, e, graças a Deus e às equipes que o atenderam, em 26 de outubro foi possível incluí-lo na lista para receber o órgão”, conta Assuçena que se emociona ao lembrar do último dia 25, quando, finalmente, recebeu a notícia do transplante.

“Sabemos que é muito difícil a oferta de órgãos para crianças. É uma situação triste para a família do doador, por isso, ter recebido esse presente no dia do Natal foi maravilhoso. Foi um ato de amor muito grande. Quando me ligaram, não sabia se ria ou chorava, pois foi muito emocionante saber que a partir de agora, meu pequeno será tratado para, enfim, poder ir para casa”, finaliza.

NOVA VIDA PARA DONA NEUSA – Além do pequeno Isaac, 2022 também virá com um coração novo para dona Neusa Divina Naves Soares, de 65 anos. A sobrevivente da queda do avião da Varig, em 1989, no Mato Grosso, é proveniente do Amapá, e sofreu um infarto agudo do miocárdio com comprometimento do ventrículo direito em maio deste ano.

Após alguns procedimentos no Amapá e em Goiânia, inclusive com colocação de marcapasso, estava há cerca de 40 dias no DF para tratamento. Foi incluída na fila do transplante dia 07 de dezembro e em 08 de dezembro foi internada na UTI do ICTDF por piora na insuficiência cardíaca.  Há 21 dias na lista de espera, foi contemplada com o coração na última terça-feira, 28, após procedimento realizado pelo cirurgião cardíaco do ICTDF, Fernando Atik.

Para a filha da paciente, Kelly Aparecida Soares, o presente de final de ano foi um alívio e certeza de muita alegria para 2022.

“Quando tivemos a confirmação do órgão compatível na manhã do dia 28, toda a família ficou muito emocionada e fomos invadidos por um sentimento de gratidão enorme. Minha mãe já estava acamada e com a saúde muito fragilizada e o transplante está devolvendo a vida para ela. Por isso, somos muito gratos, primeiramente a Deus, pela benção, à equipe que trabalhou de forma incansável no atendimento dela e à família do doador, que, mesmo em um momento de dor, fez um gesto tão lindo e trouxe esperança para outras famílias”, comemora. 
 
TRABALHO CONJUNTO – A realização dos transplantes exige alinhamento de forças para a logística quanto ao transporte dos órgãos, principalmente quando vêm de fora do DF. Para isso, o ICTDF tem contado com o apoio da Força Área Brasileira (FAB) nos trajetos interestaduais e do Departamento de Trânsito (Detran-DF) e Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) que fazem o transporte dos órgãos com helicópteros do aeroporto até o Instituto.

CAPTAÇÃO DO ÓRGÃO – Quando se trata de coração, tanto a captação - que é quando o órgão é retirado do doador - quanto o transplante - procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão - são feitos pelo médico do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF), por isso a necessidade do deslocamento com o apoio da FAB até o local de origem do órgão ofertado. Se for fígado ou rim, o órgão pode ser retirado do doador pelo captador local – onde está o doador – e ser transportado até o DF pela FAB ou voo comercial.

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