Cirurgia pouco invasiva pode salvar muitas vidas no DF
Está acontecendo na manhã de hoje (5), desde às 10h, o tratamento de uma Estenose Aórtica, num paciente de 79 anos, no ICDF. Essa técnica inovadora permite a melhor circulação do sangue e corrige a estenose, doença que consiste no estreitamento de uma válvula, com um procedimento que dura cerca de 2 horas e é pouco invasivo.
A estenose aórtica é uma patologia do coração definida como uma abertura incompleta da valva aórtica, podendoser congênita ou adquirida, geralmente associada a febre reumática (quando adquirida) ou ao acúmulo de cálcio na válvula prejudicando o seu funcionamento e abertura.
A valva aórtica controla a direção do fluxo de sangue a partir do ventrículo esquerdo em direção à artéria aorta. Quando funcionando adequadamente, a valva aórtica não impede o fluxo de sangue do ventrículo esquerdo para a Artéria Aorta, somente o contrário. Em algumas circunstâncias, a valva aórtica se torna mais estreita (estenótica) que o normal, impedindo ou diminuindo o fluxo de sangue.
Essa diminuição do fluxo está mais presente em idosos acima de 70 anos e, por ser de alto risco e com contraindicações, antigamente, o paciente passava por alto risco de vida e os óbitos chegavam a 80%. Agora, essa patologia pode ser tratada com um procedimento que vem sendo realizado há 7 anos no mundo. No Distrito Federal, cerca de 10 cirurgias desse tipo foram realizadas.
O procedimento consiste em realizar uma cirurgia menos invasiva, sem a necessidade de abrir o peito do paciente para chegar até o ponto crítico. Valvoplastia Aórtica é o nome que se dá à essa técnica utilizada para correção de estenose – estreitamento de uma válvula.
O paciente é sedado e anestesiado antes do procedimento. Após esse preparo, um catéter especial é introduzido até o coração através de um vaso sanguíneo na virilha. Este catéter é encaminhado até o orifício estreitado da válvula. Depois, faz-se uma dilatação no orifício dessa válvula, visando melhorar a passagem do sangue pelo mesmo.
Após o procedimento o paciente deve permanecer com a perna esticada por algumas horas, diminuindo os riscos de sangramentos no local do acesso vascular. A alimentação poderá ser liberada, assim que o paciente estiver bem acordado após a anestesia.
O paciente pode ficar internado na UTI entre 2 e 3 dias, caso o procedimento tenha transcorrido sem complicações e, em alguns casos, pode passar até 5 dias na enfermaria.