Transparência
ICDF inicia programa de transplante de medula alogênico

ICDF inicia programa de transplante de medula alogênico

O Instituto de Cardiologia do DF realizou na tarde desta quinta-feira (21/05) o primeiro Transplante de Medula Óssea Alogênico Não Aparentado (quando as células são doadas por outra pessoa que não é parente do receptor- Doador anônimo), é o primeiro procedimento deste tipo realizado no DF.

O paciente receptor, Renan Anjo Carvalho da Silva, 24 anos, natural de Cocal-SC, é portador de Leucemia Bifenotípica e iniciou o tratamento em março de 2013. Renan é acompanhado pela equipe do ICDF desde março de 2015 e foi internado dia 12 de maio em preparação para infusão que aconteceu nesta tarde. O Doador cadastrado no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) é reside em outro estado.

Começar os trabalhos nessa nova etapa do programa de TMO é ao menos tempo encerrar um ciclo de credenciamentos, assim, é possível atender plenamente os pacientes que necessitam transplante de medula óssea, e já possuem seus pares identificados, entretanto aguardam uma vaga nos leitos destinados a esse tipo de tratamento em todo país.

Para diretoria do ICDF esse é o resultado de um trabalho em equipe iniciado e organizado há dois anos, que com o apoio do Ministério da Saúde e da Secretária de Saúde do DF, começa a apresentar o resultado.

Há expectativa é que aumente o número de transplantes realizados, pois, existe em todo país uma carência de leitos de TMO, principalmente por causa do custo elevado, de todos os equipamentos e profissionais que exige esse tipo de procedimento de alta complexidade, além de outras especificações complexas que essa habilitação exige. Por isso, “o funcionamento pleno da Unidade de transplantes de Medula Óssea Pietro Albuquerque, no ICDF, aumenta a esperança de tratamento de muitos pacientes não somente do DF, mas da região centro-oeste” afirmou a superintendente do ICDF, Dra. Núbia Vieira.

 

Programa de Transplantes de Medula Óssea do ICDF

Desde 2013 o Instituto de Cardiologia iniciou o programa de Transplantes de Medula Óssea (TMO) no DF. Inicialmente, o hospital dispunha apenas de 2 leitos exclusivos para esse atendimento e estava habilitado para realizar apenas o transplante do tipo autólogo (quando as células colhidas são do próprio paciente). Desde então, já foram realizados no ICDF 33 transplantes autólogos (números consolidados de 2013 e 2014). Com esse número o DF passou de quarto para segundo no ranking de transplantes realizados por milhão de habitantes (segundo dados Jan/Set.2014 da ABTO).

Em junho deste ano (2014) o instituto inaugurou um andar inteiro direcionado exclusivamente para o TMO com a expectativa de elevar em até três vezes o número de transplantes realizados. Ainda no fim de 2014, a equipe realizou o primeiro transplante de medula óssea alogênico aparentado (quando as células são doadas por outra pessoa, parente do receptor) do DF. A paciente (mulher, 18 anos) recebeu a medula doada por sua irmã.

 

Serviço:

Os pacientes com indicação de transplante de Coração, fígado, Pulmão, Rim, Córnea e Medula Óssea (seja alogênico ou autólogo) que tem interesse em ser acompanhado pela equipe do ICDF, ou buscam mais informações sobre o Programa de Transplantes do Instituto, devem agendar uma consulta através do telefone 0800 644 1044 das 8h às 17h ou do correio eletrônico para transplanteicdf@icdf.org.br

 

Mais informações para a imprensa:

Assessoria de Imprensa do ICDF

(61)3403-5496 ou (61)9197-1565

imprensa@icdf.org.br

 

Processo do TMO- Transplante de Medula Óssea

 

1.   O paciente é submetido a um tratamento (quimioterapia e/ou radioterapia), chamado condicionamento, que ataca as células doentes, porém destrói a própria medula;

2.   O paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue (bolsa contendo as células-troncos);

3.   A nova medula é rica em células chamadas progenitoras que, uma vez na corrente sanguínea, circulam e irão migrar até medula óssea, onde se alojarão e irão se desenvolver. Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Por isso, deve ser mantido internado no hospital, em regime de isolamento total.

4.   Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial.


Tipos de TMO

 

·         Autólogo - As células infundidas são coletadas do próprio paciente;

·         Alogênico aparentado - As células infundidas são coletadas de um familiar compatível (sistema HLA);

·         Alôgênico não-aparentado – As células infundidas são coletadas de um doador anônimo compatível cadastrado no REDOME;

 

Principais riscos

A boa evolução durante o transplante depende de vários fatores: o estágio da doença (diagnóstico precoce), o estado geral do paciente, boas condições nutricionais e clínicas, além, é claro, do doador ideal. Os principais riscos se relacionam às infecções e às drogas quimioterápicas utilizadas durante o tratamento. Com a recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova 'memória' e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer alguns órgãos do indivíduo como estranhos. Esta complicação, chamada de doença enxerto contra hospedeiro, é relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada com medicamentos adequados. No transplante de medula, a rejeição é relativamente rara, mas pode acontecer. Por isso, existe a preocupação com a seleção do doador adequado e o preparo do paciente. Quanto mais compatível for o doador, menor a chance de doença do enxerto contra hospedeiro e também menor a chance de rejeição da medula transplantada.

O que é o Redome

Para reunir as informações (nome, endereço, resultados de exames, características genéticas) de pessoas que se voluntariam a doar medula para pacientes que precisam do transplante foi criado o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), instalado no INCA. Um sistema informatizado cruza as informações genéticas dos doadores voluntários cadastrados no REDOME com as dos pacientes que precisam do transplante. Quando é verificada compatibilidade, a pessoa é convocada para efetivar a doação

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