Transparência
ICDF na Luta Contra as Hepatites Virais

ICDF na Luta Contra as Hepatites Virais

O transplante hepático é o segundo tipo mais comum de transplante de órgãos, sendo a cirrose hepática a responsável pela maioria das indicações de transplante. A cirrose é caracterizada pela substituição do tecido normal do fígado por cicatrizes (fibroses), após um período de inflamação persistente, e suas principais causas estão relacionadas às hepatites virais (destacando-se as hepatites B e C).


O impacto causado pelas hepatites virais nas populações e nos sistemas de saúde pelo mundo é grande.  Com o objetivo de conscientizar a população sobre o tema e garantir o acesso universal ao tratamento e prevenção dessas doenças, instituiu-se a data de 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. É um dos quatro únicos dias de conscientização mundial sobre doenças específicas reconhecidos pela OMS. A data foi escolhida em homenagem a Baruch Samuel Blumberg, que descobriu o vírus da hepatite B.


Na verdade, no Brasil, julho se tornou um mês de luta contra as hepatites virais. A campanha “Julho Amarelo” foi instituída pela Lei nº 13.802/2019, com a finalidade de reforçar, ainda mais, as ações de vigilância e controle da doença. E o Instituto de Cardiologia, que é o hospital que realiza o maior volume de transplantes de fígado no Distrito Federal, apóia esta ação e se une a esta campanha no sentido de alertar sobre as formas de prevenção e de incentivar as pessoas a se vacinarem contra as hepatites A e B (não há imunização para a hepatite C), além de incentivar a busca pelo diagnóstico precoce e pelo tratamento, o qual tem altas taxas de sucesso e é fornecido pelo SUS.

“Nós da equipe de Transplante Hepático do ICDF apoiamos a Campanha Julho Amarelo. As hepatites virais ainda são doenças subdiagnosticadas, ou seja, muitas pessoas têm e não sabem. É preciso Incentivar a criação e a consolidação de políticas públicas visando o controle dessa doença”, disse a médica hepatologista Natália Trevizoli.


De acordo com ela, o impacto dessas infecções acarreta, aproximadamente, 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo (seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites). No Brasil, estima-se que quase dois milhões de brasileiros estejam infectados pelos vírus B e C. O ICDF realiza transplantes de fígado desde 2013 e já totalizou 549 procedimentos, sendo 129 deles por hepatites virais. Entre estes, a hepatite C é a causa mais frequente,  representando 76% do total, enquanto a Hepatite B representa 22% e a hepatite Delta 2%.


Raiza Andrade de Barros, 28 anos, faz parte dessa estatística. Em 2013, foi diagnosticada com cirrose hepática devido a hepatite C crônica, e, posteriormente, foram detectados nódulos em seu fígado. Cinco anos depois,   realizou o transplante no ICDF. A jovem, que na época do transplante tinha 25 anos, conta que não apresentou os sintomas clássicos de doença hepática descompensada, como  icterícia (pele amarelada) e ascite (barriga d’água).


De acordo com a médica do ICDF, Natália Trevizoli, isto não é incomum,  visto que as hepatites são doenças muitas vezes silenciosas, e, em muitos casos, os sintomas só aparecem em estágios avançados da doença. E o diagnóstico é realizado por meio de exames de sangue.


“Vá na UBS mais próxima e faça o teste rápido. É gratuito, rápido, fácil e salva vidas. O diagnóstico pode ser assustador, mas não é um bicho de sete cabeças. Tem tratamento!”, disse Raiza, reforçando a Campanha Julho Amarelo.

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