Transparência
Um doador salva duas vidas no ICDF

Um doador salva duas vidas no ICDF

Duas mulheres, idades diferentes, histórias de vida distintas, mas que tiveram os caminhos cruzados no Instituto de Cardiologia de Brasília (ICDF) e passaram a ter uma coisa em comum: órgãos de um mesmo doador. Na última terça feira, 19,  surgiu a oferta de  órgãos (fígado e rim) de um doador do Estado de Góias, compatível com receptoras que estavam na fila do transplante do ICDF.


A partir daí, começou o trabalho contra o tempo e em prol da vida de toda a equipe multidisciplinar do setor de transplante da Instituição, que vai desde a preparação da sala cirúrgica e do paciente, até a aterrisagem do helicóptero com o órgão que foi avaliado e captado. 


“Já estamos acostumados com a correria, mas a emoção é sempre muito grande. E, quando conseguimos com um doador realizar dois transplantes, é  gratificante demais, afinal foram duas novas vidas transformadas com um sim para a doação de órgãos!”, disse a Enfermeira Coordenadora da Unidade de Transplante de Órgãos do ICDF, Carolina Couto. 


Durvalina de Souza Ribeiro, 42 anos, moradora de Sinop, Mato Grosso, foi a paciente que realizou o transplante de fígado.  Com diagnóstico de hepatite autoimune, ela já aguardava na fila para transplantes desde o dia 13 de julho. E sua história emocionou a todos que a acompanharam no Hospital, particularmente pelas dificuldades enfrentadas por morar em outro Estado e por ter passado por uma grande perda nesse meio tempo de espera: seu esposo veio a óbito devido à Covid-19. Mesmo assim, após o transplante, ainda em recuperação, Durvalina, fez o sinal de “positivo” e agradeceu a toda equipe do ICDF.


O outro órgão doado, um rim,  veio para  Iasmim Kathlen Nascimento Silva,  de apenas 14 anos. Com doença renal crônica , a jovem,  de Brasília, iniciou a avaliação no ICDF em janeiro deste ano. A espera não foi tão longa   e  a jovem conta que tentou manter a calma quando foi chamada para o transplante, no dia 19. 


“É muita felicidade e gratidão a todos daqui. Agora quero fazer tanta coisa, tenho tanta coisa para viver e fazer...nem queira saber o tamanho da minha lista...”, brincou Iasmim já prestes a receber alta, quatro dias depois do transplante. 


Os depoimentos dessas mulheres é muito mais que um agradecimento. É também um apelo para que outras famílias, no momento de perda de um parente, considere ajudar o próximo e opte pela doação de órgãos.  
Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação. Daí a necessidade da conscientização e sensibilização da população sobre a importância do ato de doar um órgão.  Até hoje, no ICDF, único centro multitransplantador na região centro-oeste, já foram realizados  1841 transplantes, sendo, 302 corações, 552 fígados, 296 rins, 237 córneas , 320 Transplantes de Medula (TMO) autólogos e 134 TMO alogênicos. Só neste ano, já foram feitos 12 transplantes de coração, 33 de fígado, 24 de rim e  13 TMO autólogos.


“Esses números representam vidas salvas e mais uma oportunidade para refletirmos sobre a importância da doação de órgãos. Nossa meta é aumentar o número de transplantes realizados e contribuir para a melhora da sobrevida de cada paciente”,  disse a Coordenadora da Unidade de Transplante de Órgãos do ICDF.

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